terça-feira, 22 de julho de 2008

Madrugada

É madrugada...
O relógio do blog não está certo. Não faz mal, porque ainda que não fosse madrugada é assim que a sinto. Estendo-me nos lençóis e a luz do portátil recorta sombras largas na penumbra do meu quarto. Estou cansada. Poderia, em vão, tentar descrever a estranha sensação que é estar no limiar entre o sono e a vigília, no limbo entre a realidade e o sonho, mas não vou fazê-lo sob pena de falhar tremendamente.

Releio estas últimas palavras, demoradamente, sem pudor de adiar mais um pouco o sono premente que me assola.

Basicamente é madrugada e escrevo sobre nada.

Mas que importa? As palavras são livres e eu também...

4 comentários:

Pedro_Berenguer disse...

O "nada", às vezes, sabe tão, mas tão bem!

clepsidra disse...

Concordo plenamente :)
Acho que grande parte da nossa evolução pessoal se baseia em aprender a dar valor às pequeninas coisas do quotidiano e também em aproveitar os momentos de "absoluto nada".
Se enchermos a cabeça de coisas sem interesse, preocupamo-nos demasiado e deixamos de assimilar estes pormenores deliciosos.

Pedro disse...

"Basicamente é madrugada e escrevo sobre nada.

Mas que importa? As palavras são livres e eu também..."


Até diria que somos livres ao relacionarmo-nos(escrever, pensar) com o nada...
"Do nada, nada vem... E ao nada, nada pode reverter"
Por vezes temos que nos libertar das preocupações da vida e aproveitar os nossos momentos do abslutamente nada...

"...And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it, and then it flows through me like rain and I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life... You have no idea what I'm talking about, I'm sure. But don't worry... you will someday."

Thaís-inha! disse...

Pensar sobre o "nada" combina com a madrugada.

Às vezes são seis horas da tarde e há tanto nada na gente que é como estar em cima daquela linha tênue que separa o real do imaginário.

Belíssimos poemas.