domingo, 20 de julho de 2008

Dedicatória

Escrevo para ti, que nunca lerás estas palavras, que nunca saberás quem sou mesmo depois de me teres beijado, abraçado e partilhado a minha cama...
O tempo escorre, em preguiçosas gotas de água, marcando em pequenos silêncios e breves salpicos a distância entre nós. Numa outra vida talvez nos reencontremos, talvez estas palavras ainda existam, algures numa dimensão paralela a esta e tu possas lê-las, mergulhar nelas como se fossem o tesouro derradeiro, a prova final de que o amor existiu para nós os dois.

Escrevo para ti, na tua indiferença e na minha mágoa. Letras que partem da minha alma num corropio, ansiosas pelo teu abraço e pelo teu afecto mesmo sabendo que jamais as lerás.
Jamais chegarão, docemente, aos teus olhos de anémona ou aos teus ouvidos.
Jamais serão tuas embora eu o seja, para sempre.


*** (eu quis ser...)

1 comentário:

Vasco Ribeiro disse...

Bonito sentimento. Às vezes é bom colocar o sentimento no devido lugar, numa caixa que só no peito habita e que só o coração abre. Há coisas muito nossas que são sempre imortalizadas com um pouco de sofimento.