Tenho os meus debaixo da cama, amestrados, sedados, enrolados em papel escuro, contraídos sobre si próprios num equilíbrio que demorou anos a atingir.
Os teus, não os conheço bem. Parecem-me, a esta distância, assustadores, tentáculos que te abraçam todos os dias num afecto doentio e doloroso que alimentaste ao longo do tempo, no masoquismo lamentável de quem não tem coragem para dar o passo em frente.
Não mos entregues agora, não partilho almas penadas.
Basta-me já a dor de os ver reflectidos nos teus olhos, a sensação de os ter comigo como uma pedra no sapato da qual não me posso desfazer.
E o pior de tudo é vê-los aumentar quando falamos neles e por isso ter de fingir que não existem, que não passeiam na penumbra do quarto, que não sobrevoam o nosso abraço, que não conspurcam os nossos sonhos, que não comprometem o nosso futuro.
6 comentários:
Adoreii seu blog... Estou seguindoo..
bjks!!
http://ocantinhodaline.blogspot.com/
Seu blog eh bem legal!!
bjs
Muito bom seu blog viu,suas palavras são muito fortes e se posso dizer até um pouco cruas demais,realistas,já viajei em muitos blogs nessa enorme blogesfera e o seu foi sem dúvida foi um dos que mais gostei. bem legal também tenho o meu,se quiser pode dar uma olhada depois!! abraços
http://pensamentosloucospensamentos.blogspot.com/
Identifiquei-me com vc. Crua. Gostaria de trazer para o meu blog a tua postagem "Fantasmas", citando a origem. Posso?
Visite-me: http://reversodaescrita.blogspot.com
Abraço,
Daniele
Olá :)
Agradeço a todos os comentários inspiradores.
Daniele, pode sim colocar o meu texto no seu blog, sinto-me lisonjeada.
Abraços.
Esses ectoplásmas têm que ser falados. Ele abanam os alicerces da própria confiança e auto-estima. Fala deles para que possam ser fechados para sempre num buraco negro.
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