terça-feira, 21 de junho de 2011

Acorda e acorda-me!

Encho-me de tédio de mim mesma.
Doem-me os olhos de me ver e rever ao espelho.
Mesmo quando a escuridão me rodeia e adormeço, sinto-me na prisão do meu corpo, convulsões tempestuosas para sair da gaiola humana.

O teu toque já não é suficiente para me despertar do cárcere e por isso desinquieto-me. Apetece-me apertar as tuas mãos com força quase bruta para que percebas que preciso de mais, preciso de me fundir contigo, de sair de mim, de ver o meu reflexo nos teus olhos e não na estática e descorada superfície do espelho.

Acorda e acorda-me!

Tenho medo que a tua alma fique para sempre assim, baça, que as nossas mãos se desenlacem e fiquem inertes, apenas mais uma parte de um corpo triste e amorfo.

Tenho medo de acordar e querer ir embora.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Sou um seguidor que também tem o seu cantinho das palavras, mas, queria dizer-lhe que me agrada bastante a profundidade da sua escrita. Parabéns!

Vasco Ribeiro disse...

:( não há grandes palavras... penso que te custa sair dessa jaula e viver...