Pronto, já chorei.
Aquela actividade habitual a que me dedico nos momentos de frustração.
Choro e depois escrevo: aqui no blog, num post-it, no verso de um recibo, no canto de uma fotocópia obsoleta, às vezes em papéis oficiais nos quais não o deveria fazer, outras vezes ainda só na minha intrincada imaginação.
Quase sempre de noite, quase sempre quando todos já se deitaram, quase sempre com o receio antecipado de não conseguir adormecer. Hoje precavi-me. Já dei a Morfeu uma ajudinha farmacológica para que a noite não me traga mais dissabores.
Planeio ler mais qualquer coisa, fingir que estudo, ocupar parte do meu cérebro com alguma coisa que não sejas tu. A seguir vou recostar-me no sofá da sala, ver um episódio gravado de Criminal Minds e esperar que envies a mensagem que não vais enviar para que eu confirme a minha suspeita: sou fraca.
Talvez adormeça por ali, com a manta a cobrir-me o corpo friorento, o comando num equilíbrio precário entre a beirinha do sofá e a atmosfera, a televisão sem som a projectar imagens para a multidão de ninguéns que vive na minha sala a essa hora.
Umas horas depois do esperado vais dizer alguma coisa. Com um smile pelo meio e beijinhos como se fossem 2 da tarde, dia de sol em pleno Verão e eu a acabar de acordar numa cama sumptuosa.
É provável que responda um impropério qualquer, as minhas defesas já suplantadas pelo tardio da hora e pelo efeito do fármaco. Mas como sou fraca e previsível pedirei desculpa logo pela manhã como se a ofensa fosse minha, só para poder esconder, por um bocadinho que seja, esta nuvem negra que sobre mim paira, que é tu zangares-te e ires embora.
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2 comentários:
Eu gostei....
Ainda bem :)
gosto de manter o registo intimista.
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