quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dilema

Hoje faço uma pergunta.
É para vocês porque as minhas possibilidades de resposta já se esgotaram, consumiram os meus sorrisos, transformaram aquilo que podia ser bom numa constante tortura.

O que fazer quando amamos alguém cujo passado nos perturba?
Ainda que o tempo tenha passado e tudo o que aconteceu de condenável esteja longínquo. Ainda que não fizéssemos parte das histórias quando elas aconteceram. Ainda que a expressão dele se assombre quando se mencionam os factos decorridos.
Já tentei esquecer mas não consigo. Vislumbro tudo como se acontecesse diante dos meus olhos. Quero acreditar na pessoa que tenho ao meu lado mas há sempre uma sombra, um passado que apaga os contornos da minha confiança e que ameaça projectar-se no futuro. Mas uma sombra sem lógica, sem fundamento.

O que fazer para viver plenamente no presente e esquecer o que deveria estar morto e enterrado?

7 comentários:

Família Meneghel disse...

Não há resposta possível de te agradar.
Certos tipos de herança servem apenas para roubar um pouquinho da cor da vida da gente.
Em algumas situações a gente tem que aceitar que a vida não vai ser redondinha como sonhamos...
Não coloque todo o seu peso sobre um único ponto de apoio, é preciso distribuir, excluir e renovar.
Abçs.

clepsidra disse...

Muito obrigado pelas suas palavras! :)

Introoooo disse...

Perguntinha complicada.
Pergunte ao alvo deste amor, quem sabe a resposta dele não sirva para acalmar seu coração.
Qualquer história, por mais simples que seja, tem infinitas versões, escolha a que melhor lhe convir e seja feliz. A verdade é aquilo em que acreditamos. Transforme o resto, em resto.
Boa sorte.
http://hockeyrj.blogspot.com/

Henrique Caldeira disse...

As sombras existem (sempre), podem ser mais ou menos visíveis, dependendo do foco de luz e do tamanho do obstáculo. A vida e as relações não são perfeitas. Creio que cada caso é um caso mas, se a sombra/dúvida for maior do que a luz/confiança mais vale não arriscar. Pesa a amargurada de um desamor e a amargura da desconfiança e do sofrimento, talvez injusto, que podes acrescentar a alguém, com essa desconfiança.

Rui Brites disse...

Diálogo interior "Abilio Ferreira"

Disse ao meu coração desesperado:
Louco! Porque não deixas de sofrer?
Há mais ondas no mar, lírios no prado..
E ela não é a única mulher!

Pensa, apesar de todo o teu cuidado, que entre o desgosto e o gosto de viver, se um sonho morre, triste, espezinhado, outro mais belo poderá nascer!

E quedei-me a escutar o que diria.
Chorava? Não, Apenas repetia:
-Há mais lírios no prado e ondas no mar...

Mas só por ela poderei bater.
Pois que além da volupia de sonhar,
Há também a vólupia de sofrer!

Abílio Ferreira
POEMAS ESQUECIDOS-1948

clepsidra disse...

Abandonei a volúpia de sofrer, num último e definitivo grito de agonia. Agora aguardo o consolo do tempo para que recupere a volúpia de sonhar.

Um sonho mais feliz...

Obrigado a todos.

Vasco Ribeiro disse...

Bem... A vida é indiferente como costumo dizer, mas se o passado de uma pessoa te faz confusão, confronta-a, dizendo que conheces esse passado e que mesmo assim lhe estás a dar uma oportunidade. O Ónus da questão fica do lado da pessoa que tem esse tal passado na vida. E ao fazeres isso estás a dar um "voto de confiança" na outra pessoa. É preciso ser-se frontal...