O mundo mudou enquanto adormeci.
Foram dias e semanas, a respiração profunda, entrecortada por monossílabos indecifráveis e canções.
Cheguei coberta com a areia dos sonhos e agora os lençóis abraçam-me, num confortável mas mundano aconchego.
Os meus sonhos imutáveis, adormecidos no seu caixão de ouro, adornados com a hera dos séculos, pouso neles a minha mão bronzeada e quero a mão branca da princesa que já fui.
Não sei que lógica é esta que me agarra aos caminhos de poeira, fustigados pelo sol, sem uma sombra de árvore onde refrescar o cabelo em chamas, sem uma nascente de água onde acalmar o ardor dos lábios. Só porque o final é a promessa daquele canapé de vidro, que é o amor de me quereres sempre contigo e nunca haver cansaço nas nossas mãos dadas.
E se me dizes que não consigo, quebrarei as pétalas que deixaste cair, sem fúria, sem pena, apenas num suspiro de recordação por terem sido, um dia, tão belas.
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4 comentários:
OI MOÇA. ESTIVE AQUI. INTERESSANTE. AGORA VAI LÁ. ABRAÇOS.
Muito bom o seu blog, quando puder me visite também http://hojesouassimepronto.blogspot.com/
BEIJO
é giro encontrar um blog onde podemos ler o que normalmente lemos em livros de histórias, contos... e saber que as vezes nem é preciso comprar um livro para ler algo assim belo. gostei :)
Que sensação mais estranha é esta que temos de nos ver "princesas" mortas no passado, desejando amores que não se acabam e confrontar essa imagem com a mulher que nos tornamos e que, inevitavelmente, acredita que todas as histórias de amor são ridículas?
Será que é isso a tal "maturidade"?
Vivo me perguntando porquê, quando e como mudei tanto assim e agora vejo que não aconteceu só comigo.
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