A estagnação atroz e vil
De quem já não é quem foi.
Crescente cefaleia subtil
De quem esqueceu como dói.
Essa carta escrita em desespero
Estranha forma de dizer adeus
Como se aquilo que no fundo mais quero
Não fossem os teus olhos nos meus.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Quem não espera às vezes alcança
Não esperam realmente que acorde delirante, que dance na chuva torrencial e grite guturais onomatopeias de alegria, que rebole na relva recém cortada, que me vista de vermelho-vivo e corra pela estrada, que lance malmequeres nas águas conturbadas, que esprema os dias violentamente até que não sobre nada, que parta a louça toda com a fúria de mil trovões?
Não esperam pois não?
De certeza?
Então vão ver! :)
Não esperam pois não?
De certeza?
Então vão ver! :)
Evangelho segundo quem estuda
Este sentimento de irresponsabilidade que um pouco injustamente me assalta sempre que me decido a utilizar com fervor os lúdicos e prazeirosos recursos da vida cosmopolita. Porque depois parece sempre que foi tempo utilizado com leviandade por quem se redescobre diariamente afogado em trabalho.
Cria-se então esta curiosa dualidade de consciências, de opiniões, de tendências interiores, que simultaneamente me impele para o regozijo desses pequenos momentos, em busca da sanidade perdida durante os dias laboriosos, e me critica pelos afazeres em atraso, pelas pilhas de folhas, pelos telefonemas que urgem ser feitos, pelas múltiplas tarefas ainda por empreender.
E, assim, porque o tempo é meu para ser gerido, não pode cair a culpa de tais dissonâncias noutra pessoa ou entidade que não em mim. E agora que me esforço por virar as páginas bíblicas do Tratado de Medicina Interna encontro aquela satisfaçãozinha intelectual de estar a cultivar o trabalhoso jardim do conhecimento, com o meu pequeno ancinho de aprendiz, revirando cuidadosamente este vasto solo. Já sei que o programa nocturno se dissipa em cada página virada. Cada linha escrita me demonstra que algures num local ainda a designar, entre as várias pessoas sentadas e sorridentes que escutam musicalidades diversas, não estarei eu.
Acho que me imagino já cabeceando sobre as microscópicas letras que se empacotam, vendo talvez uma ligeira ondulação hipnotizante onde antes existiam linhas rectilíneas e metódicas. E amanhã vai provavelmente parecer que deveria ter estado naquela cadeira de estofo roído, recebendo nos ouvidos uma atmosfera de gargalhadas e música, feliz como se não houvesse na vida outro sentido que não o da diversão.
Cria-se então esta curiosa dualidade de consciências, de opiniões, de tendências interiores, que simultaneamente me impele para o regozijo desses pequenos momentos, em busca da sanidade perdida durante os dias laboriosos, e me critica pelos afazeres em atraso, pelas pilhas de folhas, pelos telefonemas que urgem ser feitos, pelas múltiplas tarefas ainda por empreender.
E, assim, porque o tempo é meu para ser gerido, não pode cair a culpa de tais dissonâncias noutra pessoa ou entidade que não em mim. E agora que me esforço por virar as páginas bíblicas do Tratado de Medicina Interna encontro aquela satisfaçãozinha intelectual de estar a cultivar o trabalhoso jardim do conhecimento, com o meu pequeno ancinho de aprendiz, revirando cuidadosamente este vasto solo. Já sei que o programa nocturno se dissipa em cada página virada. Cada linha escrita me demonstra que algures num local ainda a designar, entre as várias pessoas sentadas e sorridentes que escutam musicalidades diversas, não estarei eu.
Acho que me imagino já cabeceando sobre as microscópicas letras que se empacotam, vendo talvez uma ligeira ondulação hipnotizante onde antes existiam linhas rectilíneas e metódicas. E amanhã vai provavelmente parecer que deveria ter estado naquela cadeira de estofo roído, recebendo nos ouvidos uma atmosfera de gargalhadas e música, feliz como se não houvesse na vida outro sentido que não o da diversão.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Insanidade temporária
Ah esse vestido verde!! Cetim da tragédia que eu rasguei com as minhas próprias mãos!
Tu disseste... Gritaste e gritaste aos meus ouvidos e eu fiz o contrário! Liguei a TV e fingi que não estava ali. Valeu a pena!... toda a doce irresponsabilidade do momento, toda a falta de senso daqueles minutos perdidos, todo o nada que ali foi conquistado.
Tu disseste... Gritaste e gritaste aos meus ouvidos e eu fiz o contrário! Liguei a TV e fingi que não estava ali. Valeu a pena!... toda a doce irresponsabilidade do momento, toda a falta de senso daqueles minutos perdidos, todo o nada que ali foi conquistado.
Se perguntarem por mim diz que fui dormir!
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