Doem-me os olhos de me ver e rever ao espelho.
Mesmo quando a escuridão me rodeia e adormeço, sinto-me na prisão do meu corpo, convulsões tempestuosas para sair da gaiola humana.
O teu toque já não é suficiente para me despertar do cárcere e por isso desinquieto-me. Apetece-me apertar as tuas mãos com força quase bruta para que percebas que preciso de mais, preciso de me fundir contigo, de sair de mim, de ver o meu reflexo nos teus olhos e não na estática e descorada superfície do espelho.
Acorda e acorda-me!
Tenho medo que a tua alma fique para sempre assim, baça, que as nossas mãos se desenlacem e fiquem inertes, apenas mais uma parte de um corpo triste e amorfo.
Acorda e acorda-me!
Tenho medo que a tua alma fique para sempre assim, baça, que as nossas mãos se desenlacem e fiquem inertes, apenas mais uma parte de um corpo triste e amorfo.
Tenho medo de acordar e querer ir embora.