Cascata de cornucópias douradas!
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Ainda tenho uma estrela!
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Dor de cabeça
E, de repente, quando percorria um caminho largo e florido, algures num vale desconhecido, eis que me deparo com uma encruzilhada.
Três estradas, o número simbólico dos contos populares.
Sentei-me num tufo de relva procurando decidir o que fazer. Estou feliz mas ansiosa, aqui no meu piquenique forçado, contemplando com atenção os trilhos igualmente imprevisíveis.
A escolha não deve ser arbitrária, penso eu. Talvez se ficar aqui sentada mais uns dias consiga assimilar as ténues diferenças da paisagem e antecipar o desfecho da minha escolha. Ou talvez deva arriscar neste primeiro instinto que me impele para o caminho da esquerda, de todos, talvez, o mais inesperado.
Se não fosse esta tremenda dor de cabeça talvez já soubesse a resposta.
Três estradas, o número simbólico dos contos populares.
Sentei-me num tufo de relva procurando decidir o que fazer. Estou feliz mas ansiosa, aqui no meu piquenique forçado, contemplando com atenção os trilhos igualmente imprevisíveis.
A escolha não deve ser arbitrária, penso eu. Talvez se ficar aqui sentada mais uns dias consiga assimilar as ténues diferenças da paisagem e antecipar o desfecho da minha escolha. Ou talvez deva arriscar neste primeiro instinto que me impele para o caminho da esquerda, de todos, talvez, o mais inesperado.
Se não fosse esta tremenda dor de cabeça talvez já soubesse a resposta.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Cheguei, sentei-me e escrevi isto
Mensagem sem grande conteúdo ou pertinência, elaborada somente para que palavras sejam escritas e letras se escoem de uma mente sobrecarregada de tudo.
Porque posso, escrevo vaidade, relutância, contemplação, morangos, madeira, esdrúxula, papel, amor, vestido, sonho, memórias, flor, lama, vidro, desejo, atracção, noite, pedra, receio, milagre, fogo, esquecimento, vida.
Leio-as três vezes e fazem mais sentido do que qualquer outra coisa.
Porque posso, escrevo vaidade, relutância, contemplação, morangos, madeira, esdrúxula, papel, amor, vestido, sonho, memórias, flor, lama, vidro, desejo, atracção, noite, pedra, receio, milagre, fogo, esquecimento, vida.
Leio-as três vezes e fazem mais sentido do que qualquer outra coisa.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Quarto
A minha parede branco-amêndoa
Um ramo de flores laranja meio hippies
O meu quadro Paul Klee na parede oposta
A minha almofada zebra-psicadélica
A minha estante, com o seu charme de coisa branca e recta
Eu, olhando o sonho de Miró, ao lado da janela aberta.
Um ramo de flores laranja meio hippies
Um desabrochar de desaires artísticos
Nascendo daquele monte de tinta e estuque
Em direcção ao infinito e ao meu estreito espelho de parede
O meu quadro Paul Klee na parede oposta
A minha almofada zebra-psicadélica
A minha estante, com o seu charme de coisa branca e recta
Eu, olhando o sonho de Miró, ao lado da janela aberta.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Rapariga
Olhei da minha pequena e opaca janela e vi-a
o vestido leopardo, curto e sofisticado
as collants negras que se esqueceu de despir
a gargalhada que enchia a noite
o vestido leopardo, curto e sofisticado
as collants negras que se esqueceu de despir
a gargalhada que enchia a noite
o cabelo, loiro e negro
os olhos de corvo, brilhantes
os brincos grandes, gaiolas de 24 horas loucas
como se o mundo nascesse e morresse,
como se o mundo nascesse e morresse,
a cada segundo, numa explosão de humanidade!
perante a luz do candeeiro minimalista
surgia a degradante sombra
de farrapos e de lama e de solidão
o choro que nunca saia para a noite.
como se morrer fosse só mais uma circunstância.
perante a luz do candeeiro minimalista
surgia a degradante sombra
de farrapos e de lama e de solidão
o choro que nunca saia para a noite.
como se morrer fosse só mais uma circunstância.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Novela
Vejo tv.
Não sei bem porquê.
Ao mesmo tempo
Os meus dedos deslizam nas teclas.
Duas personagens discutem o fim de um pseudo-amor de novela.
Como pode uma relação ser simultaneamente apaixonante e medíocre?
Alguém vai chorar no final desta cena.
Como se esse derradeiro acto da representação de cordel
Pudesse concluir a dissonância daqueles sentimentos
Ou apagar a ilusão da partilha de qualquer coisa que não existiu.
Tudo seria mais honesto se ali caísse de imediato um relâmpago dos céus,
Ou se o mundo se quebrasse em dois,
Ou se os dois envelhecessem 30 anos em poucos segundos.
Na vida real as lágrimas não encerram capítulos de vida.
Não sei bem porquê.
Ao mesmo tempo
Os meus dedos deslizam nas teclas.
Duas personagens discutem o fim de um pseudo-amor de novela.
Como pode uma relação ser simultaneamente apaixonante e medíocre?
Alguém vai chorar no final desta cena.
Como se esse derradeiro acto da representação de cordel
Pudesse concluir a dissonância daqueles sentimentos
Ou apagar a ilusão da partilha de qualquer coisa que não existiu.
Tudo seria mais honesto se ali caísse de imediato um relâmpago dos céus,
Ou se o mundo se quebrasse em dois,
Ou se os dois envelhecessem 30 anos em poucos segundos.
Na vida real as lágrimas não encerram capítulos de vida.
domingo, 7 de setembro de 2008
Voltei da praia
Voltei.
Já deixei as minhas pegadas na areia molhada.
Esperei pela revelação dos segredos do mundo sentada no agradável desconforto daqueles grãos infinitos.
Voei com umas asas recortadas, milimetricamente esboçadas por mim em papel de lustro.
Reconheci-me nos outros.
Voltei.
Já deixei as minhas pegadas na areia molhada.
Esperei pela revelação dos segredos do mundo sentada no agradável desconforto daqueles grãos infinitos.
Voei com umas asas recortadas, milimetricamente esboçadas por mim em papel de lustro.
Reconheci-me nos outros.
Voltei.
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