quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O espanta-espíritos

Pequenas gotas de cristal que a luz solidificou na atmosfera e que ganham forma à frente dos meus olhos num movimento pétreo e ondulante
Baloiçam para a frente, baloiçam para trás
Projectam-se num infinito de meia dúzia de centímetros
Durante um milésimo de milésimo de segundo ficam estáticas, entre o avanço e o recuo, no fim do infinito e no início do regresso para depois voltarem ao seu movimento existencial
Não páram nunca, como num milagre da física, com uma qualquer força pseudo divina a incutir-lhes uma atroz persistência
Emitem um som monótono e agudo, um tanto ou quanto irritante e um outro tanto mágico que segundo o nome secular deve afastar as almas penadas
Baloiçam para a frente, baloiçam para trás
Projectam-se num infinito de meia dúzia de centímetros
Não páram nunca. Não páram nunca.

2 comentários:

Pedro_Berenguer disse...

Vem-me à cabeça a imagética do filme "Cashback" - se tiveres oportunidade é de ver! ;)

clepsidra disse...

Nunca vi mas fiquei curiosa. Vou arranjar e depois digo-te o que achei ;)